sexta-feira, junho 18, 2010

Portugal...

Vivemos tempos iguais a tantos outros. Os males de que enferma a democracia atravessaram séculos e este sistema político só (re) surge como oposição às monarquias de cariz absoluto. Trocámos a caca pelo cocó!
Em boa verdade a democracia só nos trouxe, ao contrário dos estados ditatoriais, a possibilidade de denominar publicamente de aldrabões, vigaristas, pantomineiros e chulos, aqueles que nos governam sem que para isso sejamos presos e sujeitos a tortura. A única virtude que a democracia trouxe aos mexilhões é que podem chamar aos tubarões o que lhes aprouver, que nada lhes sucede porque os tubarões sabem que o são e agem como tal impunemente.
Vejamos alguns exemplos:
Um primeiro-ministro, seja ou não engenheiro – porque há por aí muitos a quem o canudo, o verdadeiro, só lhes tapa o tamanho das orelhas – permite-se mentir ou aplicar a régua lésbica a factos ocorridos de facto sem que nada ouse beliscá-lo.
Um ministro faz o sinal de “cornos” com os dedos a um deputado e sai do governo. Um primeiro-ministro chama não sei o quê à tia de um deputado e fica. Deputado esse que nomeou a sua mãe para sua assessora com a bonita idade de 79 anos. É a “Esquerda caviar” no seu melhor.
Afinal só seguiram o exemplo do PM que só “arranjou” uma reforma para a sua mãe.
O meu querido avô tinha razão do alto da sua iliteracia e analfabetismo, mas de rigorosíssimo saber empírico, quando afirmava que “Os políticos são como os porcos num chiqueiro. Entram para engordar e só saem para dar lugar a outros. Só que os porcos vão para a matança…”
Foram atribuídos a gestores públicos prémios de gestão quando os institutos que geriram deram prejuízo ou não geraram receitas. Na minha terra a isso chama-se incompetência. Em Lisboa premeia-se.
Foram aumentados os impostos para fazer face a uma crise que não causámos mas os de vencimentos chorudos só perderão 5% do vencimento, mantendo os subsídios e as mordomias adjacentes.
Onde anda a consciência colectiva? Que mensagem damos às novas gerações? É simples. Consciência colectiva não há porque cultivamos há mais de duas décadas o individualismo. Para as novas gerações estamos a passar a mensagem de que não é necessário estudar porque haverá sempre uma universidade ou confraria, seja ela maçónica ou afecta opus gay, pronta a fornecer um diploma que conceda o grau de Dr., Eng.º, Arquitecto ou o que quer que seja, em qualquer dia da semana, por qualquer meio telemático.
Não nos podemos queixar dos políticos que temos porque estão legitimamente eleitos. Não são eles os culpados do estado em que estamos. Somos nós, os votantes, que baixámos a fasquia da exigência da qualidade.
Ser-se paradigma de bom cidadão é saber fugir aos impostos, aldrabar o próximo, fugir a penhoras e execuções, viver à grande e ter direito a livros pelo SASE, ainda que se vá buscar os filhos à escola de BMW da série 5. É ter direito a dois ou três subsídios do estado e deter plasmas de € 2.000,00, carros de acima dos € 30.000,00 e viver em bairros sociais.
Preocupamo-nos com os casamentos gay em vez de nos preocuparmos com os casamentos dos grandes potentados económicos que nos deixarão mais e cada vez mais de rastos. Sócrates tinha razão. Não este que nos governa, por que apesar do nome, qualquer comparação seria o mesmo que chamar Ferrari a um Fiat 600. Refiro-me ao outro o da antiguidade que já clamava pelos honestos:
“O perigo de não participarem na política é o serem governados por medíocres!”
Justiça social? O que é a justiça nos dias de hoje? Que conceito há de Sociedade?
Voltarei… breve!