quinta-feira, março 06, 2025

PACTA SUNT SERVANDA (Os tratados são para cumprir)

Parte I

Tenho lido, ouvido e visto nas redes sociais e nos OCS a forma como muitos “chicoexperts” e “tudólogos”, vertem, cada um conforme a sua simpatia ou ideologia, meias-verdades sobre as verdadeiras causas da guerra na Ucrânia. Uns acusando Putin de ser o único responsável desta guerra. Outros acusando Zelensky e a Ucrânia por não terem respeitado os Acordos de Minsk, causando, assim, a guerra. A memória é curta e a verdade é a conveniente para cada um dos “chicoexperts” e “tudólogos” que emitem as opiniões do alto da sua conveniência. Factos são factos e todos aqueles que acompanharam o que se seguiu à queda da URSS em 1991, desde que tenham alguma honestidade intelectual, julgarão por si do porquê de se chegar à verdadeira situação, que é gravíssima, onde se chegou.
Muitos dos tais “chicoexperts” e “tudólogos” recuam as causas do conflito à queda (leia-se golpe de Estado) que obrigou o presidente ucraniano democraticamente eleito Víctor Yanukovych a fugir para a Rússia por se ter aproximado de Putin, legitimando, assim, a intervenção russa no conflito.
Outros “chicoexperts” e “tudólogos” apontam o patrocínio de Putin aos independentistas da região da bacia do Donets (Donbass) e a consequente invasão da Crimeia como as verdadeiras causas da guerra.
O que todos os “chicoexperts” e “tudólogos” não referem, quiçá por desconhecimento ou conveniência, é o teor do Memorando de Budapeste. Ainda não vi, li ou ouvi nada sobre este tão importante documento.
Após o colapso da URSS e a consequente independência das suas Repúblicas, a Ucrânia ficou com o terceiro maior arsenal nuclear do mundo atrás dos EUAN e da nova Federação Russa. Para o que de facto interessa, em Dezembro de 1994, Bill Clinton, pelos EUAN, Boris Yeltsin, pela Federação Russa, John Major, pelo Reino Unido e Leonid Kravtchuk pela Ucrânia, assinaram o memorando que proibia a Federação Russa, o Reino Unido e os Estados Unidos de ameaçar ou usar qualquer força militar ou coacção económica contra a Bielorrússia, o Cazaquistão e a Ucrânia, "exceto em caso de legítima defesa ou em concordância com a Carta das Nações Unidas". Como resultado de outros acordos e do memorando, entre 1993 e 1996, a Bielorrússia, o Cazaquistão e a Ucrânia desistiram das suas armas nucleares e entregaram-nas à Federação Russa. Em troca receberam as Garantias de Segurança que consistiam no respeito pela independência, soberania e pelas fronteiras existentes à data da assinatura, abstendo-se de ameaçar ou de usar a força contra aqueles países, assim como de usar a pressão económica para influenciar as suas políticas. A Federação Russa comprometeu-se ainda abster-se do uso de armas nucleares contra a Bielorrússia, o Cazaquistão ou a Ucrânia.
Creio ser hoje claro quem não cumpriu com aquilo a que se vinculou por compromisso internacional.
Percebe-se, assim, porque insiste Zelensky, para obter a paz, em ter garantias de segurança.
A Europa desperdiçou já três décadas para desenvolver uma indústria militar comum e constituir umas Forças Armadas europeias. Ao invés apostou no pacifismo assente numa qualquer superioridade intelectual a que se arroga a esquerda europeia. Está e vai sair-lhe muito cara esta visão do mundo limitada pelos antolhos do neoliberalismo que morreu na sala oval na passada sexta-feira.

Para se compreender o conflito no leste da Europa há que primeiro perceber quem são os russos e qual é a sua concepção e necessidade vital de profundidade estratégica. A minha opinião assenta no muito que li sobre a matéria, quer de académicos, quer de militares, mas sempre apoiado – e muito – na minha própria experiência pessoal, pois estive por diversas vezes quer na Rússia, quer na Ucrânia, no cumprimento dos vários tipos de missões que me confiavam. E daqui vem a minha primeira preocupação quando vejo e ouço os “chicoexperts” e “tudólogos” verterem a sua “verdade” e com isso moldarem de alguma forma a opinião pública.
A Rússia é meio mundo terrestre, ou quase, compreendendo 11 dos 24 fusos horários. O animal que a simboliza – mesmo para os russos – é o urso, que na sua língua se denomina venasit (Выносить), mas a que os russos preferem chamar de medved (медведь), literalmente aquele que gosta de mel, receando por superstição invocar o seu lado mais negro. O povo russo é como o seu Urso. Ou é medved quando não o incomodam ou venasit quando o acossam.
W. Churchil nas suas memórias revela uma lucidez cristalina de conhecimento sobre os russos que mais político nenhum revelou desde então. Quando lhe perguntaram o que pensava sobre eles disse: «Estou convencido de que não há nada que respeitem menos do que a fraqueza, especialmente a fraqueza militar». Tinha e ainda tem absoluta razão.
A Rússia europeia é uma extensa planície que se estende desde as fronteiras a oeste até aos montes Urais, sem qualquer acidente orográfico de relevo que impeça ou dificulte seriamente uma invasão terrestre a partir do Oeste. Pese embora ninguém no seu mais sano juízo pense invadi-la, os russos não estão tão certos disso e a demonstrá-lo estão factos históricos. Em 1605 foram invadidos pelos polacos, seguidos pelos suecos em 1708 e em 1812 pela frança napoleónica. Em 1853, durante a Guerra da Crimeia, foi invadida por uma coligação formada pelo Imperio Otomano, a França, o Reino Unido e o então Reino da Sardenha. Finalmente os alemães invadiram-na duas vezes, em 1918 e 1941, nas I e II Guerras Mundiais.
A fragilidade estratégica russa condicionada pela natureza do terreno está a oeste, pois uma invasão pelo Ártico ou pelos Urais seria um suicídio militar, mesmo para a China. A única fortaleza russa na sua planície do norte e centro europeu é o clima. A história provou-o. Em qualquer estação do ano o clima é o maior aliado russo. A verdadeira preocupação de segurança russa é, pois, a de criar estados tampão entre o seu território e a Europa Ocidental. A Ucrânia é, assim, vital para a sobrevivência, segurança e profundidade estratégica da Rússia. Os académicos europeus em ciência política e relações internacionais sabem-no, como o sabe a mens militari europeia que o tem veiculado a políticos de várias gerações e estes têm ignorado olimpicamente a sua voz.
Daí que o alargamento da NATO, crente na fragilidade russa do pós-comunismo, constituiu a primeira e maior preocupação de Putin desde que subiu ao poder. A Europa política não deu ouvidos a muitos académicos e militares e, com os patrocínios alemão e americano ocorreu um verdadeiro golpe de estado nas ruas da Ucrânia, obrigando Víctor Yanukovych, presidente eleito democraticamente, a fugir para a Rússia, tendo o ex-campeão mundial de boxe Vitaly Klitschko, apoiado por facções moderadas pró-ocidentais, mas também por facções neo-nazis anti-russas, assumido o poder.
A primeira declaração deste governo foi a de abolir a língua russa nas regiões em que a maioria étnica é russa, obliterando a realidade demográfica, pois as regiões de Kharkov, Luhansk, Donetsk, kherson, Mykolaiv e Odessa foram russas, otomanas, soviéticas e depois ucranianas, mas a população russa ficou sempre lá com as suas tradições, língua, religião, costumes e orgulho nacional.
À imprensa europeia só interessava o que se passava em Kyiv (Kiev). Na sua agenda politizada ignoraram as enormes manifestações pró-russas a leste, na região da bacia do rio Donets (Donbass) que integra as regiões de Donets e Luhansk de esmagadora maioria étnica russa, assim como o é a Crimeia.
A Europa e a NATO, por via do alargamento, acossaram uma vez mais o medved e ele tornou-se venasit. Putin não teve outra alternativa e anexou a Crimeia com base numa lei federal que obriga a Federação Russa a intervir quando russos étnicos estejam em perigo.
Putin é um agressor porque invadiu e ocupa território ucraniano. Sem dúvida. O que é o Reino Unido em Gibraltar e na Irlanda do Norte? O que é Espanha no Norte de África e em Olivença? O que é a Turquia em Chipre? O que é o Kosovo sérvio ocupado pelos albaneses?

Aquele que se empenha a resolver as dificuldades resolve-as antes que elas surjam. Aquele que se ultrapassa a vencer os inimigos triunfa antes que as suas ameaças se concretizem.” - Sun Tzu


quarta-feira, março 05, 2025

Introdução ao Caos

Em 1989, após a “queda” do muro de Berlim, os pacifistas anunciaram ao mundo que tinha chegado finalmente o Fim da História. Que a partir de então, com o colapso ideológico e económico do comunismo, tinha chegado ao fim a era bélica e dali em diante a Europa seria um paraíso de paz e progresso económico. Iríamos todos viver num mundo de unicórnios e arco-íris ideológicos e a guerra era para os museus. Considero-me um pouco conhecedor da essência humana (via-a no seu melhor e no seu @pior), pelo que não me convenceram então e a confirmar a minha descrença surgiu logo 3 anos depois a tragédia jugoslava, guerra étnico-religiosa que durou até 1996 e que serenou com a celebração dos Acordos de Dayton, mas onde se fazem sentir ainda hoje as tensões sociais, étnicas e religiosas. Vivi-a ao vivo e a cores entre 1992 e 1993.
A Europa da CEE, travestida posteriormente em União Europeia apostou, assente no discurso do pacifismo inebriado, em 3 Pilares, todos eles maioritariamente virados para o desenvolvimento económico, tendo-me gerado então – e ainda gera – uma descrença total no alcance de um verdadeiro espaço europeu de todos e para todos em igualdade.
A Europa desde os mais remotos tempos sempre assentou a sua história de longos períodos de paz em prévios tempos de guerra. Foi assim, para não recuar mais no tempo, desde a romanização até aos dias de hoje. Isto é, a paz que intermediou tempos de guerra sempre assentou no resultado desta, quer por conquista e submissão do inimigo, quer por meios diplomáticos e redefinição de fronteiras. Foi assim e sempre assim será. A realidade não tem unicórnios nem arco-íris.
O Tratado de Maastricht, que consagrou a Europa assente em 3 Pilares, suscitou-me logo descrença no seu 2º Pilar, o PESC – Política Externa e de Segurança Comum, o qual referia expressamente o desarmamento da Europa a longo prazo, tal como veio a suceder com a implementação do Tratado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa, do qual fui Inspector activo durante 14 anos.
Com a implementação deste tratado, os países europeus do espaço ocidental deram início ao seu suicídio militar desarmando-se, abolindo o Serviço Militar Obrigatório, reduzindo os efectivos dos Quadros Permanentes e desinvestindo assustadoramente na Defesa, confiando-a aos EUA e crendo-a permanente através das 37 Bases americanas na Europa e nos 100.000 militares que as ocupam, dos quais 65.000 permanentes e em rotação os restantes 35.000 estando, ao momento, 10.000 deles estacionados na Polónia, mas que começarão a regressar aos EUA em meados deste ano. Daí a Polónia já ter mudado a direcção do seu discurso em relação à Rússia e à Ucrânia.
As recentes declarações de J.D. Vance, Vice-Presidente dos EUA, na Conferência de Munique, sobre o desinvestimento na Defesa pelos Europeus, assim como as declarações do Secretário da Defesa Pete Hegseth, em Varsóvia, afirmando que a Europa não pode presumir que a presença das tropas americanas no continente "durará para sempre", vão no sentido do que o Presidente dos EUA já afirmou antes – e vai fazê-lo – de que a Europa não contará com a ajuda militar americana em caso de conflito nas suas fronteiras, referindo-se indirectamente à Federação Russa. A sua preocupação única é o pacífico. Donald Trump não é um político, é um homem de negócios que chegou a Presidente dos EUA e com esta afirmação obliterou o Tratado do Atlântico Norte na generalidade e na especialidade derrogou por completo o artigo 5º, colocando a NATO em agonia irreversível. Custa-me escrevê-lo, mas assiste-lhe completamente razão quando afirma que os contribuintes americanos não têm de pagar pelo hedonismo europeu.
Há por aí muito douto cum libro ou espectadores de soap operas ou ainda visitantes em pequenas férias a Nova Yorque e, ou, Washington, que se julgam conhecedores do american way of life e assim emitem opiniões sobre o povo americano e a sua forma de ser e pensar. Esta pretensa superioridade cultural e social europeia não passa de uma arrogância que não alcança a mais simples das realidades, a de que o Presidente dos EUA está simplesmente a ser o que é, americano de essência, transmitindo assim o pensar da sua base eleitoral e mesmo de grande parte envergonhada da base eleitoral democrata. Aceitem que dói menos.
Num vislumbre de realidade futurológica assente num exercício meramente académico, imaginem que futuras eleições na Ucrânia são ganhas por um cidadão pró-russo. De um momento para o outro aquele espaço da Eurásia fica com os dois exércitos mais bem armados, mais numerosos e mais experimentados do mundo em guerra moderna. E a Europa continua a estudar como se deverá organizar militarmente.
Jamais esqueço o que uma vez me disse sobre a Europa das Nações um Grande Senhor Americano, meu mentor na DTRA e nas NU, C. B. Turner; «Podem ter uma moeda comum, mas não têm uma língua comum e uma cultura comum. A diferença cultural entre as vossas nações não é a diferença cultural entre os nossos Estados». Tinha razão e digo eu que vivi entre americanos. Um europeu nunca diz que é europeu, identifica-se pelo país onde nasceu, pela sua nacionalidade. O americano de qualquer Estado nunca diz que é do Estado x ou y, diz sempre: I’m american from … e então diz o Estado de onde é originário.
Parece irrelevante? Acreditem que não é.
Donald Trump está a ser politicamente correcto à luz do american way of life e não o politicamente correcto dos políticos europeus integristas, mas só para algumas coisas.
Não acordem.


sexta-feira, junho 18, 2010

Portugal...

Vivemos tempos iguais a tantos outros. Os males de que enferma a democracia atravessaram séculos e este sistema político só (re) surge como oposição às monarquias de cariz absoluto. Trocámos a caca pelo cocó!
Em boa verdade a democracia só nos trouxe, ao contrário dos estados ditatoriais, a possibilidade de denominar publicamente de aldrabões, vigaristas, pantomineiros e chulos, aqueles que nos governam sem que para isso sejamos presos e sujeitos a tortura. A única virtude que a democracia trouxe aos mexilhões é que podem chamar aos tubarões o que lhes aprouver, que nada lhes sucede porque os tubarões sabem que o são e agem como tal impunemente.
Vejamos alguns exemplos:
Um primeiro-ministro, seja ou não engenheiro – porque há por aí muitos a quem o canudo, o verdadeiro, só lhes tapa o tamanho das orelhas – permite-se mentir ou aplicar a régua lésbica a factos ocorridos de facto sem que nada ouse beliscá-lo.
Um ministro faz o sinal de “cornos” com os dedos a um deputado e sai do governo. Um primeiro-ministro chama não sei o quê à tia de um deputado e fica. Deputado esse que nomeou a sua mãe para sua assessora com a bonita idade de 79 anos. É a “Esquerda caviar” no seu melhor.
Afinal só seguiram o exemplo do PM que só “arranjou” uma reforma para a sua mãe.
O meu querido avô tinha razão do alto da sua iliteracia e analfabetismo, mas de rigorosíssimo saber empírico, quando afirmava que “Os políticos são como os porcos num chiqueiro. Entram para engordar e só saem para dar lugar a outros. Só que os porcos vão para a matança…”
Foram atribuídos a gestores públicos prémios de gestão quando os institutos que geriram deram prejuízo ou não geraram receitas. Na minha terra a isso chama-se incompetência. Em Lisboa premeia-se.
Foram aumentados os impostos para fazer face a uma crise que não causámos mas os de vencimentos chorudos só perderão 5% do vencimento, mantendo os subsídios e as mordomias adjacentes.
Onde anda a consciência colectiva? Que mensagem damos às novas gerações? É simples. Consciência colectiva não há porque cultivamos há mais de duas décadas o individualismo. Para as novas gerações estamos a passar a mensagem de que não é necessário estudar porque haverá sempre uma universidade ou confraria, seja ela maçónica ou afecta opus gay, pronta a fornecer um diploma que conceda o grau de Dr., Eng.º, Arquitecto ou o que quer que seja, em qualquer dia da semana, por qualquer meio telemático.
Não nos podemos queixar dos políticos que temos porque estão legitimamente eleitos. Não são eles os culpados do estado em que estamos. Somos nós, os votantes, que baixámos a fasquia da exigência da qualidade.
Ser-se paradigma de bom cidadão é saber fugir aos impostos, aldrabar o próximo, fugir a penhoras e execuções, viver à grande e ter direito a livros pelo SASE, ainda que se vá buscar os filhos à escola de BMW da série 5. É ter direito a dois ou três subsídios do estado e deter plasmas de € 2.000,00, carros de acima dos € 30.000,00 e viver em bairros sociais.
Preocupamo-nos com os casamentos gay em vez de nos preocuparmos com os casamentos dos grandes potentados económicos que nos deixarão mais e cada vez mais de rastos. Sócrates tinha razão. Não este que nos governa, por que apesar do nome, qualquer comparação seria o mesmo que chamar Ferrari a um Fiat 600. Refiro-me ao outro o da antiguidade que já clamava pelos honestos:
“O perigo de não participarem na política é o serem governados por medíocres!”
Justiça social? O que é a justiça nos dias de hoje? Que conceito há de Sociedade?
Voltarei… breve!

quinta-feira, julho 09, 2009

Catarse e retorno...

Estou de volta após mais uma catarse à alma e ao corpo. Estou bem e recomendo-me. Tive perdas e ganhos de afectos neste tempo que andei ausente. Aos que me liam frequentemente as minhas desculpas pela ausência, mas quero afirmar que nunca os esqueci.
Beijos e abraços, conforme aplicável.

Amo e vivo num país onde;

O actual primeiro-ministro prometeu 150.000 empregos ao povo e só empregou os boys do Partido Xuxalista;

Onde o órgão que deveria fiscalizar a actividade criminosa de alguns bancos se ficou pela omissão, ocupou seis meses a uma Comissão Parlamentar de Inquérito, para depois ser limpo de qualquer acto como se a incompetência fosse prémio;

Onde o actual primeiro-ministro é alvo de dúvida sobre uma pretensa licenciatura;

Onde o actual primeiro-ministro assinou projectos doutros ou outros assinaram os dele (nunca percebi bem);

Onde o actual primeiro-ministro declarou ser engenheiro na ficha de inscrição da AR quando ainda era bacharel (porque pretendeu ser o que não era? - Há quem diga que não poderia ser secretário de estado sem ser licenciado, daí a licenciatura por fax.);

Onde o actual primeiro-ministro é suspeito num caso de corrupção, ou no mínimo, de favorecimento pessoal, no caso Freeport;

Onde o Procurador-geral da República garante que não há pressões no mesmo caso mas diz que vai abrir um inquérito? (se não há pressões para que é o inquérito?);

Onde o mesmo PGR declara que o estatuto de arguido serve para proteger os mesmos mas não se constitui o primeiro-ministro arguido????????? – Chega-lhe a protecção dada pelo cargo?

Onde uma Ministra da Educação quer impor (impôs) aos professores avaliações de que ela nunca foi objecto e nem se sabe que carreira tem, se é que tem ou teve;

Onde o Presidente da República tem amigos na banca que lhe proporcionam lucros de 147% em aplicações financeiras e tudo parece normal (só eu não tenho amigos desses);

Onde há generais das Forças Armadas, pressupostamente o último baluarte de alguma decência nesta Partidocracia, que estão a ser julgados por corrupção e burla ao Estado;

Onde um Presidente de Câmara (Isaltino Morais) mantêm o cargo já com uma acusação pendente de ter obtido, a troco de licenciamentos de obras, contrapartidas económicas que alega serem de um sobrinho que é taxista na Suíça (Também quero ser taxista na Suíça);

Onde um governo se deixa pressionar num caso de crime (Maddie) em claro favorecimento de trato a suspeitos e em desprotecção total dos agentes da PJ, mormente por parte do então Director que de competência só percebia se lhe aplicado o prefixo in;

Onde um ministro das obras públicas afirma que jamais (leia-se jámé) haverá um aeroporto na margem sul e depois o governo a que pertence inverte a decisão e nada se passsa?

Onde o caso Casa Pia se arrasta há anos e anda tudo na maior;

Onde se tentou branquear a falta de treino do GOE (sem culpa destes, pois sem ovos não há omoletes) na eliminação dos assaltantes do BES, pretendendo fazer crer que foi tudo limpo e o sobrevivo levou 4 cartuchadas e não morreu?

Onde o tiro que matou o outro não foi na cabeça, mas sim no peito, passando a escassos milímetros da cabeça do sequestrado?

Onde colegas desses polícias são baleados nas ruas, vivem em condições de fezes, mal pagos e a quem se exige que nos protejam sem terem meios para se protegerem a eles mesmos?
Nota Pessoal: Tenho pena de si Senhor Ministro Rui Pena, pois só cá é que ainda mantém a sertã, pois num país a sério já estava há muito despedido por indecência e má figura;

Onde o Ministro da Justiça foi ilibado administrativamente da sua incompetência quando “servia” a República em Macau e hoje está onde está;

Onde os gestores e administradores dos bancos recebem chorudos bónus pelo seu desempenho e a economia foi pelo cano (nunca percebi como se pode premiar a leviandade, a incompetência e o oportunismo);

Onde há juízes que punem a velhinha que “fanou” um creme no LIDL e os seus colegas na grande criminalidade – Caso Freeport; BPN… ainda se vai ver se é crime?

Onde se exige a cabeça de um ministro por meter cornos na sua própria cabeça, como se esse fosse uma gesto amoral e fosse moral o presidente da AR ter três carros?

Onde me exigem contenção financeira para fazer face à crise e continuam em despesismos exorbitantes como se nadássemos em dinheiro?

Onde brancos, ciganos, pretos, mulatos e outros, vivem à custa dos nossos impostos e têm em casas sociais de renda baixa electrodomésticos de vanguarda, Play stations’s e televisões em todos os quartos, plasmas de 2.000 €, computadores e à porta carros de 40.000 €, beneficiando de rendas económicas, apoio judiciário, rendimento mínimo, subsídios da Segurança Social, etc.?

Fartei-me. Chamem-me o que quiserem; racista, xenófobo, o que quiserem, mas parvo é que eu não sou e estou farto.
Estou farto desta partidocracia denominada democracia que afasta o que de bom tem a verdadeira democracia, isto é, a meritocracia, o ascender na vida por mérito e não por cunhas, favorecendo nabos, lambe-botas, incompetentes, mentirosos como o é o primeiro-ministro, e outros xicos-espertos que pululam neste cantinho orgulhosamente na cauda da Europa a que alguns ainda votam um amor tal que juram dar a vida por ele mas que a dão na mesma, não nos campos de batalha, mas no dia-a-dia de constantes hemorragias nos seus salários e pensões a favor de párias que nada querem fazer.
A democracia é de facto a ditadura das minorias sobre a maioria, a qual elegeu uma minoria (Deputados) que não favorece a maioria (povo) que a elegeu mas antes a sangra dos parcos recursos que tem para, num bem parecer social, favorecer as minorias de párias que vivem à custa de quem trabalha e paga os impostos que lhe são devidos.
Em Setembro e Outubro vai votar POVO BURRO!

terça-feira, setembro 30, 2008

Pegadas na areia


Je m’adresse à vous, mon Dieu
Car vous seul donnez
Ce qu’on ne peut obtenir que de soi.

Donnez-moi, mon Dieu, ce qu’il vous reste.
Donnez-moi ce que l’on ne vous demande jamais.
Je ne vous demande pas la richesse,
Ni le succès, ni peut-être même la santé.
Tout ça, mon Dieu, on vous le demande tellement
Que vous ne devez plus en avoir.

Donnez-moi, mon Dieu, ce qu’il vous reste,
Donnez-moi ce que l’on vous refuse.
Je veux l’insécurité et l’inquiétude.
Je veux la tourmente et la bagarre,
Et que vous me les donniez, mon Dieu,
Définitivement.
Que je sois sûr de les avoir toujours
Car je n’aurai pas toujours le courage
De vous les demander.

Donnez-moi, mon Dieu, ce qu’il vous reste,
Donnez-moi ce dont les autres ne veulent pas.
Mais donnez-moi aussi le courage
Et la force, et la foi.
Car vous seul donnez
Ce que l’on ne peut obtenir que de soi.


Dirijo-me a vós, meu Deus
Porque só vós dais
O que não se obtém senão de vós

Dai-me meu Deus, o que vos resta
Dai-me o que os outros não vos pedem
Eu não vos peço riqueza
Nem o sucesso, nem mesmo a saúde
Tudo isso, meu Deus, vos pedem abundantemente
Que vós não necessitais de dispor

Dai-me meu Deus, o que vos resta
Dai-me o que outros recusam
Eu vejo a insegurança e a inquietude
Eu vejo a tormenta e a batalha
E que vós me as deis, meu Deus
Definitivamente
Que eu estou certo de as ter sempre
Porque não ouso ter sempre a coragem
De vo-las pedir.

Dai-me meu Deus, o que vos resta
Dai-me o que os outros não querem
Mas dai-me também a coragem
E a força, e a fé
Porque só vós dais
O que não se obtém senão de vós




quarta-feira, setembro 03, 2008

Uma questão de HONRA!




Caros amigos,
Ex-Combatentes,
Militares no activo e na reserva,
Cidadãos,


Pedimos-lhes o favor de nos dispensarem uns momentos e, se concordarem com o nosso apelo, assinar a presente petição.
Não concordando, pedimos-lhe apenas o favor de a reencaminhar esta mensagem para os seus contactos. Mas, por favor não deixe de colaborar. Não a deixe parar.

Juntamos a seguinte documentação que o esclarecerá, devidamente sobre o que pretendemos:

Anexo 1. Nota explicativa
Anexos 2 e 3. Situação em que se encontram os Cemitérios/Campas em África, Guiné, Angola e Moçambique
Anexo 4. O que pretendemos: Trazer os restos mortais destes militares, homenageá-los, levá-los para as suas terras, entregá-los os familiares e amigos, para que finalmente, REPOUSEM EM PAZ.

Pelo Movimento Cívico de Antigos Combatentes,

José Nascimento Rodrigues
Ex-Combatente
1º. Cabo Pára-Quedista 27/69
Para subscrever, basta klicar no endereço abaixo.

Pontos de recolha de assinaturas e informações:

PORTUGAL
– Abrantes – Almada – Braga – Caminha – Castelo de Paiva – Ermesinde – Lagoa – Lisboa – Mafra – Olhão – Ponte de Sor – Porto – Rio de Mouro – Rio Maior – Sesimbra – Setúbal – Sines – Sintra– Tondela – Valença do Minho – Viana do Castelo



PREFÁCIO

A El – Rei


Senhor, umas casas existem, no Vosso Reino, onde homens vivem em comum, comendo do
mesmo alimento, dormindo em leitos iguais. De manhã a um toque de corneta se levantam, para obedecer. De noite, a outro toque de corneta se deitam, obedecendo. Da vontade fizeram renúncia como da vida. Seu nome é sacrifício. Por ofício desprezam a morte e o sofrimento físico. Seus pecados mesmo são generosos, facilmente esplêndidos. A beleza das suas acções é tão grande que os poetas não se cansam de a celebrar.
Quando eles passam na rua juntos, fazendo barulho, os corações mais cansados sentem estremecer alguma coisa dentro de si. A gente conhece-os por MILITARES: Eu cá chamo-lhes padres. Padres de religião Augusta, a única possível nos dias de hoje; a do civismo. Por essa divina humildade que os faz semelhantes a coisas, eles se levantam acima dos outros homens.
Corações mesquinhos lançam-lhes em rosto o pão que comem: como se os cobres do pré pudessem pagar a LIBERDADE e a VIDA. Publicistas de vista curta acham-nos caros demais, como se alguma coisa houvesse mais cara que a servidão.
Eles, porém, calados, continuam guardando a Nação do estrangeiro e de si mesma. Pelo preço da sua sujeição, eles compram a liberdade para todos e a defendem da invasão estrangeira e do jugo das paixões.
Se as forças das coisas os impede agora de fazerem em rigor tudo isto, algum dia o fizeram, algum dia o farão. E, desde hoje, é como se o fizessem.
Porque, por definição o Homem de guerra é nobre. E quando ele se põe em marcha à sua esquerda vai a coragem, e à sua direita a disciplina.


Moniz Barreto … 1893

quarta-feira, agosto 13, 2008

Que realidade?


" O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-carácter, dos sem-ética.
O que mais preocupa é o silêncio dos bons"


Dr. Martin Luther King


É-me cada vez mais pesaroso elaborar sobre a realidade escandalosa do meu Portugal. Que raio de óculos usam os governantes para verem realidades coloridas que eu não vejo? Ou será que tomam outras substâncias, bebíveis ou sólidas, que os faz ter uma percepção da realidade diferente da minha? Se é assim também quero e até podem ser genéricos, que fica mais em conta.
Fossem cidadãos brancos os que não quisessem os ciganos ou os pretos em qualquer bairro deste país e já teria caído o Carmo e a Trindade. Sim, porque o trauma colectivo de branco-negreiro-esclavagista-colonialista foi-nos incutido de tal maneira que qualquer dia pedimos até desculpa por nascer num país onde cumprimos a lei e pagamos impostos.
Sim, porque todos aqueles brancos, pretos, ciganos, amarelos, indianos, caucasianos, balcânicos, enfim, todos os que trabalham e pagam os seus impostos, suportam os parasitas sociais, também eles brancos, pretos, ciganos, amarelos, indianos, caucasianos, balcânicos, que em nada contribuem para este país porque se incutiu um comportamento na nossa sociedade de “deixa lá é melhor não fazer ondas que os gajos são maus”.
Uma grandessíssima caca. Mau sou eu!
Sou mau pai porque não me rebelo contra o “proxenetismo” político e dos que não querem trabalhar, prejudicando, assim, os meus filhos em favor dos filhos da puta de diversas estirpes.
Sou mau cidadão porque não me rebelo contra a situação que vivem os reformados deste país que contam os míseros trocos para a comida e medicamentação, enquanto nos parques de estacionamento dos bairros sociais há máquinas de € 20.000 para cima e nas casas, que todos nós contribuintes pagámos, há plasmas de € 2000, DVD’s, Playstations e electrodomésticos de ponta, a troco de €5 de renda por mês.
Vão à MERDA todos aqueles sobre quem impede o dever de fiscalizar e punir os abusadores e fecham os olhos. Não os mando apanhar no esfíncter porque alguns até agradeceriam e lhes dava jeito.
Sou pouco solidário e muito camelo porque permito que brancos, ciganos e pretos fujam aos impostos, não trabalhem, andem bem vestidos e em bons carros, enquanto outros brancos, pretos, ucranianos e de outras regiões do leste europeu, honestamente “vergam o aço” nas obras e em outros locais deste país.
Por fim sou mau patriota porque permito que estes “invasores” desrespeitem todos aqueles que independentemente da cor da pele, credo religioso ou modo de vida, trabalham e pagam impostos, sempre esperançados numa redistribuição da riqueza de forma mais equitativa. Mas… há sempre um mas… esses brancos, pretos, ciganos, amarelos, indianos, caucasianos, balcânicos, etc, dão votos e estão bem contabilizados.


Outra coisa. Não sei que raio de moda é essa de agora chamar aos pretos afro-europeus ou afro-descendentes. Que vómito de trauma é esse? Então aqueles brancos que nasceram lá são o quê? Euro-africanos ou euro-descendentes? Deixem-se de merdelices e de traumas medíocres ou agora tenho de andar a alombar com estigmas colonialistas a vida toda? Fosse o Mugabe branco e já estariam a caminho esquadras navais e forças terrestres para parar o assassino que por sinal até usa um bigodinho apaneleirado como o tio Adolfo.
A propósito de merdas, das bem feitas claro, quero endereçar os meus sinceros parabéns à PSP. Desde logo porque dois tiros naquelas condições de luminosidade, após espera prolongada na mesma posição, não são para qualquer um. E o segundo tiro até foi dado com o alvo em movimento (podia ter corrido mal).
Foram criminosos brasileiros como poderiam ter sido criminosos portugueses ou de outro lugar qualquer. O crime não tem nacionalidade e, friamente, antes eles que qualquer inocente. O que importa relevar é que a Polícia portuguesa quando as regras de empenhamento são claras, é tão boa ou melhor que qualquer polícia do mundo. A mensagem está dada e os politicozinhos que todos os dias têm homens destes a prestar-lhes segurança, equipem os corpos a que eles pertencem com melhor equipamento e armamento e possibilitem-lhes horas de treino que vão ver que depois o trabalhinho aparece sempre bem feito.


Outro assunto.
Não sei devo rir se devo chorar ou, em alternativa, beber uns copos e depois rir e chorar ao mesmo tempo. O militar da GNR que, no exercício das suas funções, acabou por balear o menos culpado, após ter sido posta em perigo a sua integridade física por aqueles que desrespeitaram propriedade privada, levando consigo um menor para que aprendesse as artes ancestrais da família e cujo pai é foragido desde 1999, foi constituído arguido e, pasme-se, vai ser alvo de queixa crime por parte da família dos criminosos.
Mas está tudo parvo ou quê?
Ai políticos do meu país, a vós estas palavras…

"Uma nação pode sobreviver aos idiotas e até aos gananciosos, mas não pode sobreviver à traição gerada dentro de si mesma.
Um inimigo exterior não é tão perigoso, porque é conhecido e transporta as suas bandeiras abertamente.
Mas o traidor move-se livremente dentro do governo, seus melífluos sussurrossão ouvidos entre todos e ecoam no próprio vestíbulo do Estado.
E esse traidor não parece ser um traidor; ele fala com familiaridade com as suas vítimas, usa a sua face e suas roupas e apela aos sentimentos que se alojam no coração de todas as pessoas.
Ele arruína as raízes da sociedade; ele trabalha em segredo e oculto na noite para demolir as fundações da nação; ele infecta o corpo político a tal ponto que este sucumbe".

(Discurso de Cícero, tribuno romano, 42 a.C.)