quarta-feira, setembro 21, 2005

Os Militares

Esta é a forma de homenagear aqueles que "por obras valerosas da lei da morte se foram libertando". Neles incluo o meu falecido pai, assim como todos aqueles que de uma forma ou de outra algo perderam, incluindo a vida, em nome de Portugal. A todos aqueles que em Àfrica, nos Balcãs, em Timor, no Iraque, no Afganistão e pelo mundo inteiro, onde quer que hajam sido chamados a cumprir o dever, honraram e continuam a honrar o nome de Portugal.
Este é um texto que guardo religiosamente porque...porque "Esta nação é obra de soldados."
A El – Rei
Senhor, umas casas existem, no Vosso Reino, onde homens vivem em comum, comendo do mesmo alimento, dormindo em leitos iguais. De manhã a um toque de corneta se levantam, para obedecer. De noite, a outro toque de corneta se deitam, obedecendo. Da vontade fizeram renúncia como da vida. Seu nome é sacrifício. Por ofício desprezam a morte e o sofrimento físico. Seus pecados mesmo são generosos, facilmente esplêndidos. A beleza das suas acções é tão grande que os poetas não se cansam de a celebrar.
Quando eles passam na rua juntos, fazendo barulho, os corações mais cansados sentem estremecer alguma coisa dentro de si. A gente conhece-os por MILITARES: Eu cá chamo-lhes padres. Padres de religião Augusta, a única possível nos dias de hoje; a do civismo. Por essa divina humildade que os faz semelhantes a coisas, eles se levantam acima dos outros homens.
Corações mesquinhos lançam-lhes em rosto o pão que comem: como se os cobres do pré pudessem pagar a LIBERDADE e a VIDA. Publicistas de vista curta acham-nos caros demais, como se alguma coisa houvesse mais cara que a servidão.
Eles, porém, calados, continuam guardando a Nação do estrangeiro e de si mesma. Pelo preço da sua sujeição, eles compram a liberdade para todos e a defendem da invasão estrangeira e do jugo das paixões.
Se as forças das coisas os impede agora de fazerem em rigor tudo isto, algum dia o fizeram, algum dia o farão. E, desde hoje, é como se o fizessem.
Porque, por definição o Homem de guerra é nobre. E quando ele se põe em marcha à sua esquerda vai a coragem, e à sua direita a disciplina.

Moniz Barreto … 1893

5 Comments:

Blogger Zica Cabral said...

plus que ça change, plus que c'est la memme chose. O texto continua actual embora a visão que o publico, em geral, tenha dos militares não seja essa. Mas o patriotismo tb já é uma palavra morta - ou mal vista - poucas são as crianças com menos de 20 anos que sabem o Hino Nacional e
a palavra Patria é de muito mau gosto.
Então para quê os Militares? Para defender o quê?

beijinhos e obrigado por incluires o meu nome nos teus links. Eu não sei fazer isso, ainda não descobri como é que se acrescentam os links....nestas coisas sou muito lerdinha

22 setembro, 2005 10:26  
Blogger Isabel Filipe said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

22 setembro, 2005 19:58  
Blogger Menina Marota said...

Grata pela visita ao meu Blog. Respondendo à tua pergunta, o poema é meu sim.
Quando não é de minha autoria, tenho por hábito identificá-los sempre.

Numa altura em que a voz dos militares não podem ser ouvidas, gostei de ler este texto.
Grata por ele.

Um abraço ;)

22 setembro, 2005 22:45  
Blogger Micas said...

Um texto excelente, actual e mais que oportuno nesta altura. Para além de tudo isto, uma bonita e sentida homenagem a todos os lutaram e que deram a vida pela Pátria. Beijinho e bom fim de semana

23 setembro, 2005 14:19  
Blogger Menina Marota said...

Os dentes da primeira, assustaram-me, confesso... mas estão uma maravilha... todas elas...Um trabalho lindo a preto e branco, também a minha preferência...

Deixo um abraço carinhoso e bom fim de semana:)

(desculpa a ausência... coisas da vida...)
;)

24 setembro, 2005 10:29  

Enviar um comentário

<< Home