terça-feira, agosto 15, 2006

Cuerpo de Mujer










Cuerpo de mujer, blancas colinas, muslos blancos,
te pareces al mundo en tu actitud de entrega.
Mi cuerpo de labriego salvaje te socava
y hace saltar el hijo del fondo de la tierra.

Fui solo como un túnel. De mí huían los pájaros
y en mí la noche entraba su invasión poderosa.
Para sobrevivirme te forjé como un arma,
como una flecha en mi arco, como una piedra en mi honda.


Pero cae la hora de la venganza, y te amo.
Cuerpo de piel, de musgo, de leche ávida y firme.
¡Ah los vasos del pecho! ¡Ah los ojos de ausencia!
¡Ah las rosas del pubis! ¡Ah tu voz lenta y triste!


Cuerpo de mujer mía, persistiré en tu gracia.
Mi sed, mi ansia si límite, mi camino indeciso!
Oscuros cauces donde la sed eterna sigue,
y la fatiga sigue, y el dolor infinito.


Poema de Pablo Neruda, do livro
20 Poemas de Amor e uma Canção Desesperada

Corpo de mulher, brancas colinas, coxas brancas
Pareces-te com o mundo na tua atitude de entrega

O meu corpo de camponês rude escavava-te
E faz brotar o filho do fundo da terra

Fui só como um túnel. De mim fugiam os pássaros

E em mim a noite penetrava a sua invasão poderosa
Para sobreviver forjei-te como uma arma
como uma flecha no meu arco, como uma pedra na minha funda

Mas chega a hora da vingança, e amo-te

Corpo de pele, de musgo, de leite ávido e firme
¡Ah as taças do peito! ¡Ah os olhos de ausência!
¡Ah as rosas da púbis! ¡Ah a tua voz lenta e triste!

Corpo de mulher minha, persistirei na tua graça.
Minha sede, minha ânsia sem limite, meu caminho indeciso!
Obscuros leitos onde a sede eterna continua,
E continua a fadiga, e a dor infinitas.

Tradução livre de: Manel do Montado